Pesquisa analisa padrões de sono de seringueiros que vivem na Amazônia

O objetivo é avaliar o impacto da exposição à luz elétrica no sono e na qualidade de vida das pessoas.

A professora Cláudia Moreno, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, coordenou estudo realizado com seringueiros que vivem e trabalham em uma área remota da floresta amazônica, em regiões com e sem energia elétrica. O objetivo do trabalho foi entender a sincronização do sistema de temporização circadiano pelo ciclo claro/escuro natural e do impacto da luz elétrica artificial no sono e na qualidade de vida das pessoas.

Segundo Claudia, este estudo é “o primeiro realizado em uma população com história fótica e origem étnica semelhante e, ao mesmo tempo, apresenta características encontradas em trabalhadores, como a necessidade de acordar cedo para ir trabalhar durante a semana”. Além da luz natural, a sociedade é exposta à iluminação elétrica. Porém, os estudos que avaliam o impacto da exposição à luz elétrica no sono e sua relação com os horários de trabalho são raros devido à presença constante da eletricidade, conta.

Dados da pesquisa mostraram que o acesso à eletricidade teve impacto sobre o sono, tanto em relação à duração quanto aos horários de dormir. Seringueiros com luz elétrica em casa dormiam significativamente menos nos dias de trabalho do que aqueles sem eletricidade – 30 minutos menos por dia o que equivale a uma perda de sono de 2,5 horas por semana. A restrição de sono têm sido associada a problemas de saúde como obesidade e diabetes tipo 2.

O trabalho teve a participação de pequisadores da Universidade de São Paulo, da Universidade Fedeal do Acre, da Universidade Federal do Paraná, da Universidade Católica de Santos, da Universidade de Surrey, Reino Unido e da Stockholm University, Suécia.

Com informações da Assessoria de Comunicação Institucional da FSP/USP.

Mais informações: comunica@fsp.usp.br , site da Nature

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