Pesquisa da FSP estimula a inclusão da saúde como um dos critérios de ação para professores

Conhecer a formação de instrumentistas de cordas, para identificar temas e momentos que podem ser desenvolvidos para promover a saúde e prevenir distúrbios dolorosos do sistema musculoesquelético, foi o objetivo da tese de doutorado defendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Da Assessoria da Faculdade de Saúde Pública

Conhecer a formação de instrumentistas de cordas, para identificar temas e momentos que podem ser desenvolvidos para promover a saúde e prevenir distúrbios dolorosos do sistema musculoesquelético, foi o objetivo da tese de doutorado defendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

A tese com o tema “Afinar o movimento – Educação do corpo no ensino de instrumentos musicais” foi elaborada pela fisioterapeuta e especialista em ergonomia Flora Maria Gomide Vezzá, sob a orientação Professora do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSP, Dra. Isabel Maria Teixeira Bicudo Pereira.

Para realizar o estudo, Flora fez uma pesquisa qualitativa com entrevistas junto a professores de instrumentos de cordas orquestrais da Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP Tom Jobim). Nas entrevistas, os professores entrevistados discorreram sobre: o corpo, o instrumento, o movimento corporal realizado nas apresentações e seu ensino, sobre aspectos materiais da execução musical, o professor e o aluno, e sobre o trabalho do músico.

Flora relata que “Os resultados apresentam estratégias desenvolvidas pelos professores que ajudam o aluno a aprender a tocar sem utilizar excesso de tensão, um dos grandes problemas no adoecimento. Tais estratégias incluem a adoção de práticas de estudo e repetição voltadas para o controle da tensão e a facilidade de aprendizado; a transmissão de macetes e truques para enfrentar problemas específicos; o uso de uma linguagem rica e metafórica sobre o movimento e a música. Foi possível perceber que tais estratégias respondem aos requisitos do sistema nervoso para o controle motor – o desenvolvimento da postura necessária para atingir os objetivos da ação (neste caso melhorar a sonoridade e ao mesmo tempo diminuir o esforço); o mapeamento da ação no espaço, a criação de referenciais corporais e espaciais para o movimento, a capacidade de antecipação, especialmente no caso de movimentos difíceis”.

A pesquisa aponta lógicas diversas de abordagens do corpo que podem ser úteis ao desenvolvimento de conteúdos voltados para a promoção da saúde dos instrumentistas, “mais do que o público acadêmico, a tese foi escrita para ser lida por estudantes e professores de instrumento musical nos mais diferentes níveis, para suscitar o debate sobre o ofício de ensinar e estimular a inclusão da saúde como um dos critérios de ação dos professores.” afirma Flora.

O estudo conclui ainda que uma atuação interdisciplinar é mais que necessária para a promoção da saúde e formar instrumentistas que sejam capazes de “afinar” seus movimentos.

Mais informações: email floravezza@gmail.com

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