Revista USP lança o dossiê “Saúde Urbana”

A nova edição da Revista USP traz o dossiê “Saúde Urbana”, que debate a importância das estratégias políticas e sociais para garantir a assistência à população e a vida nas grandes cidades.

Artigos propõem estratégias para garantir o bem-estar

Foto: Cecília Bastos
Foto: Cecília Bastos

Os artigos reunidos no dossiê “Saúde Urbana”, da nova edição da Revista USP, podem ser referência para estratégias de ação. A expectativa do organizador do dossiê, professor Eliseu Alves Waldman, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, é de que as pesquisas e reflexões apresentadas “possam identificar potenciais prioridades para políticas públicas voltadas à promoção da qualidade de vida das populações urbanas e da qualidade em saúde”.

O primeiro texto, “Urbanização, globalização e saúde”, assinado pelas professoras Helena Ribeiro, da Faculdade de Saúde Pública da USP e Heliana Comin Vargas, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), também da USP, discute interfaces entre conceitos de saúde urbana e de qualidade ambiental, apresentando bases conceituais e enfocando elementos que compõem a qualidade ambiental como fator determinante de saúde.

Em seguida, Rita Barradas Barata, conselheira para a América Latina e Caribe da Associação Internacional de Epidemiologia, discute a complexidade das metrópoles do ponto de vista dos processos sociais e urbanos, enfatizando a constituição de diversos grupos socialmente vulneráveis e o impacto dessas condições sobre o estado de saúde, exposição à violência, experiência de discriminação e alguns comportamentos de risco para a saúde.

“O direito à saúde de pessoas em condição de vulnerabilidade em centros urbanos” é o tema do artigo de Fernando Aith, professor da Faculdade de Medicina da USP e de Nayara Scalco, bióloga e doutoranda da FSP. Os especialistas apresentam uma análise crítica sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS) para a atenção à saúde daquelas pessoas.

O crescimento da interface entre mobilidade humana e saúde global é apresentado por Deisy Ventura, professora do Instituto de Relações Internacionais (IRI) e da FSP da USP. O artigo propõe a retomada da centralidade do Regulamento Sanitário Internacional como a melhor forma de garantir o direito de migrar durante as crises sanitárias de alcance global.

Foto: Cecília Bastos
Foto: Cecília Bastos

“Violência urbana e saúde” é o título do artigo de Maria Fernanda Tourinho Peres, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, e de Caren Ruotti, doutoranda pelo Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Ambas são pesquisadoras do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP. O foco do artigo é problematizar a conformação da violência urbana e sua centralidade nas percepções e vivências cotidianas da população no Município de São Paulo.

O sexto artigo, “Mudanças climáticas e saúde urbana”, é assinado por Eunice Galati, Tamara Camara, Delsio Natal e Francisco Chiaravalloti Neto, professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e do Mestrado Profissional em Entomologia em Saúde Pública, ambos da Faculdade de Saúde Pública da USP. A pesquisa apresenta aspectos de como o aquecimento global pode impactar na saúde pública, exigindo maiores esforços na vigilância e controle.

O dossiê é finalizado com a análise da professora Marcia Faria Westphal e da doutoranda Sandra Costa Oliveira, da Faculdade de Saúde Pública da USP. O artigo apresenta o referencial no qual a estratégia de “cidades saudáveis”, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), se apoia. Destaca dados da realidade urbana brasileira atual que indicam a necessidade de mudar o enfoque de intervenção em saúde urbana, tendo em vista a complexidade dos problemas e das estratégias necessárias para ampliar o desenvolvimento das potencialidades locais.

Leila Kyiomura / Jornal da USP

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