Laboratório da FAU centraliza rede nacional sobre paisagismo

Localizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, o laboratório "Quadro de Paisagismo no Brasil (Quapá)" realiza pesquisas e projetos relacionados ao tema do paisagismo brasileiro e contemporâneo.

A arte de promover o projeto, o planejamento e a gestão de espaços livres, conhecida como paisagismo, também é função do arquiteto. É por isso que, em 1994, começou a funcionar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP o laboratório Quadro do Paisagismo no Brasil (Quapá), coordenado pelo professor Sílvio Soares Macedo.

Desde a sua concepção, no início dos anos 90, quando o grupo ainda era chamado de Laboratório de Paisagismo, a ideia era realizar pesquisas e projetos relacionados ao tema no geral. Com o passar do tempo, porém, os estudos se voltaram para a análise de projetos paisagísticos brasileiros, e buscaram avaliar o trabalho de diversos paisagistas, não somente o de nomes mais conhecidos, como Roberto Burle Marx. “O laboratório foi mudando de perfil”, diz o professor.

Nesse sentido, os primeiros objetos de pesquisa foram as praças e parques de cidades brasileiras. “A nossa estratégia foi começar com o projeto do espaço público”, explica Macedo. O projeto “Quapá I” deu origem a três livros: “Parques Urbanos no Brasil”, “Praças Brasileiras” e “Quadro do Paisagismo no Brasil”.

Além dessa publicações, o laboratório também já produziu o livro “Sistemas de Espaços Livres: conceitos, conflitos e paisagens” e cinco CD-ROMs, que contêm pesquisas relacionadas ao paisagismo contemporâneo, tanto no Brasil quanto em outros países, e à arquitetura da paisagem. De acordo com o professor Macedo, nos próximos meses serão publicados outros livros como “Paisagismo Brasileiro na virada do século (1990-2000)” e “Higienópolis e arredores”.

Banco de dados e rede de discussão

Desde 2006, os esforços dos membros do Quapá estão concentrados no desenvolvimento de pesquisas sobre os Sistemas de Espaços Livres (SEL), projeto que possibilitou o conhecimento dos sistemas de espaços livres em 25 cidades brasileiras, capitais e cidades médias. Segundo Macedo, a partir de 2011, o novo estudo passou a verificar a constituição das formas urbanas das cidades brasileiras.

Com todas essas informações, a ideia do Quapá é promover a disseminação de conhecimento sobre o assunto. Para isso, há algum tempo, organizou todos os seus dados e os disponibilizou para consulta na internet. No momento, o site está fora do ar, mas segundo o professor, o material logo estará online novamente. “O laboratório começou a montar um novo banco de dados”, diz. Além disso, também existem planos para a criação de um banco de projetos paisagísticos e um banco de imagens.

Paralelamente à realização das pesquisas, o laboratório ainda articula uma rede nacional de estudo e debate sobre paisagismo. “Nós centralizamos a discussão sobre Sistemas de Espaços Livres”, conta Macedo. De acordo com ele, alguns dos principais núcleos de estudos parceiros são os de capitais como o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória e Natal.

Da mesma forma, para estimular a discussão do tema, o Quapá é responsável pela promoção de um colóquio sobre paisagismo, que já acontece há 6 anos. O último Colóquio Quapá – SEL aconteceu em São Paulo e contou com palestras de diversos pesquisadores, e também com a apresentação de procedimentos para análise da forma urbana. A próxima edição está prevista para o mês de setembro, na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Formação

Outra preocupação do laboratório é com a formação acadêmica e profissional de seus membros. O professor Macedo explica que existem estudantes de todos os níveis de ensino superior no Quapá, que realizam desde iniciações científicas até dissertações de mestrado e doutorado. Entre alguns trabalhos recentes, Macedo destaca as teses “Desenho urbano em áreas de atividades centrais de São Paulo”, “Desenho de paisagem urbana na Zona Norte de São Paulo” e “Forma urbana na Barra da Tijuca e Alphaville”.

Segundo o professor, no laboratório, os alunos tem acesso a não só à teoria como também à prática de projetos paisagísticos. “Temos uma produção sistemática sobre técnicas e metodologia em paisagismo”, afirma. O conhecimento produzido no Quapá é também utilizado nas disciplinas ministradas nos cursos de graduação e pós, o que reflete ainda a importância que é dada ao tema na FAU. “A Faculdade tem uma grande tradição em paisagismo”, completa Macedo.

Mais informações: (11) 3872-5688, email lapquapa@usp.br

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