Campus Mobile traz inovações em aplicativos para dispositivos móveis

Promovida pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico e o Instituto Embratel Claro, iniciativa premia projetos de aplicativos feitos por estudantes de todo o País.
Foto: Instituto Clarolorem ipsum dolor sit amet
Foto: Instituto Claro
Devido à qualidade das ideias apresentadas, banca decidiu atribuir também quatro menções honrosas

Na tarde da última sexta-feira, 6 de fevereiro, foi realizada a cerimônia de premiação do Campus Mobile, evento promovido pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC) em parceria com o Instituto Embratel Claro, e com o apoio da Escola Politécnica (Poli) da USP.

A semana presencial do evento aconteceu de 2 a 6 de fevereiro, no prédio da Engenharia Elétrica da Poli. A iniciativa teve como objetivo identificar jovens talentos que desejam atuar no desenvolvimento de conteúdos e novos serviços, por meio da tecnologia, promovendo benefícios coletivos e o desenvolvimento social do Brasil.

Em sua terceira edição, a ideia conta com diversos apoiadores entre eles, o Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP) do Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas (CITI), as empresas Zenvia, Movile e o grupo 21212. Para a professora Roseli de Deus Lopes, coordenadora do evento, “o objetivo é mobilizar a juventude para que eles mesmos se articulem para viabilizar ideias e estabelecerem novas conexões”.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Roseli de Deus Lopes

As inscrições tiveram início no segundo semestre de 2014, pela internet. Os participantes são jovens do ensino técnico ou universitário. “Não precisam ser de engenharia. A provocação é que eles sejam de várias áreas”, explica Roseli. Os projetos podiam ser propostos individualmente ou em grupos de até três pessoas, sendo enquadrados em uma das duas categorias disponíveis: Tecnologias Sociais e Empreendedorismo.

Em Tecnologias Sociais, as propostas deveriam ser voltadas para a formatação de aplicativos para dispositivos móveis, como celulares e tablets, que promovam benefícios para as áreas educacionais, ambientais, de saúde ou cidadania. Já na categoria Empreendedorismo, o desafio era o desenvolvimento de aplicativos com foco na criação de produtos ou de serviços inovadores.

Os 80 candidatos que apresentaram os melhores projetos foram selecionados para desenvolver sua ideia com o apoio de tutores e puderam participar de seminários online para complementar sua formação. “A semana teve palestras. Os três primeiros dias serviram pros grupos organizarem suas ideias, darem um gás em seus projetos. Nessa semana, os grupos se ajudam, se conversam”, explica a docente, ao revelar que os jovens talentos vieram de vários estados brasileiros.

Durante a semana, os jovens se conhecem e interagem explicando seus projetos uns aos outros. “O contato entre os participantes estimula até que eles cheguem num projeto funcional”, revela ela.

Ideias vencedoras

Durante a premiação, seis projetos foram selecionados para continuar a competir pelo prêmio que será oferecido aos melhores de cada uma das duas categorias, que incluem uma viagem de imersão na Universidade de Stanford. Devido à qualidade das ideias apresentadas, a banca julgadora decidiu este ano atribuir menções honrosas para quatro projetos. Os vencedores das menções receberam um certificado de reconhecimento dos seus respectivos trabalhos.

Na categoria Empreendedorismo, projetos como o “Irrigauto”, um sistema de automação e monitoramento de irrigação para a agricultura familiar se destacaram dentre os vencedores. Criado pelo estudante Lucas Bicca e Silva, aluno do curso de Sistemas de Informação na Universidade Luterana do Brasil de Cachoreira do Sul (RS), a ideia veio a partir das necessidades que observou desde criança. Filho de agricultores familiares, Lucas desenvolveu um protótipo que permite que um agricultor possa ativar o processo de irrigação de sua lavoura através de um aplicativo para o sistema Android.

Ciente de que sua ideia exigirá uma equipe para a implementação, Lucas tem grandes planos para dar continuidade ao seu projeto, e quem sabe, ser um dos selecionados para o grande prêmio. “Fiquei sabendo por meio de um professor, mas não conhecia nada sobre a iniciativa. É minha primeira competição”, contou o estudante.

Dentre os destaques da categoria Tecnologias Sociais, Mauricio Joni Baum Jr., foi selecionado pelo seu projeto “Business Game Mobile”. “Sou reincidente na Campus Mobile, participei sozinho no ano passado e voltei esse ano”. Aluno do último ano do curso de Sistemas de Informação nas Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT), ele criou um simulador de negócios, também conhecido como um “jogo de empresa”. Através de um ambiente simulado, o jogador poderá criar sua própria empresa e terá que tomar decisões nas mais variadas áreas da organização, como compra e venda de produtos, publicidade e até recursos humanos. “Fui convidado para dar um treinamento para professores e tive a ideia a partir daí. Queria ajudar as pessoas a melhorarem a gestão de outras escolas, sem tantos recursos”, explica Mauricio.

Foto: Instituto ClaroTalita e João Paulo, do app Runmusic
Foto: Instituto Claro
Talita Menezes e João Paulo dos Santos, criadores do aplicativo Runmusic

Armados com pares de tênis de corrida e celulares em mão, os jovens por trás do projeto vencedor “RunMusic” se inspiraram nos amigos que correm para refinar sua ideia. Talita Lôbo de Menezes e João Paulo Targino do Santos, alunos do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, propuseram um aplicativo de recomendação musical para corridas e caminhadas que utiliza as músicas do próprio celular para que o usuário seja acompanhado pela música certa, escolhida com base no seu ritmo de corrida.

Unidos em outubro do ano passado por um “Hackaton” promovido em sua Universidade, os estudantes venceram a competição e decidiram inscrever o projeto no Campus Mobile na sequência. “Continuamos a ideia com amigos que correm e nos davam dicas sobre o que seria bom no aplicativo”, contou Talita.

Próxima etapa

Dentre projetos que incentivam a leitura, auxiliam o planejamento de compromissos ou criam mapas de segurança de uma região, os seis vencedores foram selecionados com base em critérios que envolvem implementação, design, usabilidade, articulação, inovação, viabilidade e aplicabilidade no contexto do participante do programa.

Ao final dessa etapa, todos os selecionados receberam um certificado e um prêmio de R$ 1800 reais para o grupo. Nos próximos dias, cada grupo receberá por email um conjunto de metas que deverão cumprir para vencer a última etapa da competição e receber o prêmio de R$ 6000 reais por projeto.

“O campo da computação cresce tão rápido que é difícil acompanhá-lo”, destaca a professora Roseli. Para ela, entre seus diversos objetivos, a iniciativa pretende lembrar que nem sempre cursos formais bastam para desenvolver o potencial dos alunos. Para a pesquisadora, além de desenvolver competências técnicas, jovens precisam acreditar que podem fazer a diferença. “Buscar ideias novas e diferentes pode ser a saída para solucionar diversos problemas num campo que não para de evoluir”.

Mais informações: site www.institutoclaro.org.br/campusmobile

Scroll to top