Ex-aluno abre empresa na Inglaterra especializada em proteção de dados na nuvem

Foco da empresa é garantir segurança e privacidade aos usuários que desejam armazenar seus arquivos na internet.

Ao espalhar informações pelo mundo, sistema oferece segurança e privacidade aos usuários que desejam armazenar seus arquivos na internet

Ele saiu do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, para empreender em terras inglesas. Rafael Libardi está, desde dezembro, empenhado em desenvolver sua startup, a UkkoBox, cuja sede está instalada em uma incubadora de empresas e aceleradora europeia especializada em cybersegurança, situada em Londres, na Inglaterra.

A ideia de desenvolver a ferramenta surgiu durante o mestrado do ex-aluno no ICMC, quando foi orientado pelo professor Julio Cesar Estrella, do Laboratório de Sistemas Distribuídos e Programação Concorrente (LaSDPC). Ao longo de sua pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Libardi estudou questões de segurança na internet, enxergou que a área tinha potencial e poderia gerar um novo negócio. Foi isso que levou à UkkoBox, uma startup que Libardi criou junto com dois sócios: Paul Ngum, que cuida da parte de negócios da empresa, e Edgard Regolão, publicitário e designer. A startup também conta com dois programadores.

Segundo Libardi, o principal objetivo da UkkoBox é garantir segurança e privacidade aos usuários que desejam armazenar seus arquivos na internet. O ex-aluno, que se formou em Sistemas de Informação no ICMC, conta que a empresa se diferencia da maioria dos serviços de proteção de dados na internet disponíveis no mercado, os quais só criptografam os documentos, transformando-os em códigos: “Nós dividimos os arquivos em partes e as enviamos para diferentes provedores. Eles podem até mesmo ficar em países distintos”. Libardi diz que a vantagem de utilizar esse processo de dispersão é que, se um hacker conseguir acessar um desses pedaços dos arquivos, não haverá qualquer risco de obter as informações ali contidas.

“Com certeza, a formação que obtive no ICMC contribuiu para o desenvolvimento da minha empresa, não só pelo conhecimento técnico que adquiri, mas também pelas iniciativas de fomento ao empreendedorismo dentro da universidade, como por exemplo o Clube de Empreendedorismo da USP”, revela o ex-aluno. Outra oportunidade que surgiu para Libardi enquanto estudava no Instituto foi a possibilidade de participar do primeiro programa de aceleração de startups realizado dentro da USP, o Disrupt: Transformando ciência em negócios tecnológicos, que aconteceu em junho do ano passado. Dos 117 projetos inscritos no programa, apenas 15 foram escolhidos e entre eles estava a UkkoBox.

Ao participar do Programa, a empresa recebeu instruções da aceleradora Startup Farm: “Eles nos ofereceram espaço, aulas de negócio, técnicas de relacionamento com clientes, além de mentorias com grandes investidores e empresários de multinacionais”. Libardi diz ainda que foi muito importante ter recebido essas orientações, pois além de fazer muitos contatos, pôde entender como sua pesquisa poderia ser aplicada ao mercado.

Em setembro de 2015, a UkkoBox foi uma das seis finalistas na competição Visa Innovation Exchange, que ocorreu em Tel-Aviv (Israel). Durante o evento, Libardi foi convidado por Howard Elsey, gerente da Visa Europe Collab, para receber uma nova aceleração para sua empresa, desta vez na Cyber London. Após cerca de um mês trabalhando na Inglaterra, uma versão de testes do serviço já está disponível gratuitamente no site da UkkoBox. Basta o usuário se cadastrar, fazer o download do programa que, automaticamente, uma pasta será criada no computador, onde todos os arquivos poderão ser armazenados.

O ex-aluno finaliza com uma mensagem para os estudantes que sonham um dia em abrir o próprio negócio: “Não pense no que vocês querem ser quando terminarem a faculdade, mas sim em quais problemas desejam resolver”.

Denise Casatti e Henrique Fontes / Assessoria de Comunicação do ICMC

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