O café que une Belém a Ribeirão Preto

Lacy Cardoso de Brito Junior, doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP

 

Sou biomédico, da cidade de Belém no Estado do Pará, e quero muito agradecer pela honra e orgulho de ter feito meu mestrado e doutorado no Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

Minha história com a USP é de muita gratidão a todos os servidores e pesquisadores da FMRP. Se hoje sou professor da Universidade Federal do Pará e uma referência em Citometria de fluxo, Hematologia e Patologia Geral no norte do Brasil devo a todo o conhecimento que adquiri nas práticas vivenciadas da USP.

Quando cheguei a Ribeirão Preto em 1996, não conhecia a grandiosidade da instituição e nem o quanto eu me apaixonaria pelo campus, pela cidade e pelas pessoas. Mas, pouco a pouco, fui conhecendo a história da cidade, as pessoas e seus costumes, e toda a grandiosidade da história das pessoas que fizeram e fazem da USP a maior e melhor universidade do Brasil.

Tão logo ingressei no mestrado em Patologia Experimental do Departamento de Patologia da FMRP, sob o orientação do Dr. Florêncio Figueiredo, não tinha ideia de quantos amigos faria entre professores (Dr. Roberto Costa, Dr.ª Leila Chimelle, Dr.Roberto Passeto, Dr.ª Carmem, Dr.ª Bárbara, Dr. Roberto Martineli, Dr. João Santana, entre outros), servidores (Antônio Padua, Angela Russem, Deise Chesca e Neide Gonçalves), e colegas (Dr.ª Maisa Souza, Dr.ª Jussara, Dr.ª Renata, Dr.ª Ana Paula Guimarães, Dr.ª Marta, Dr.ª Renata Canali, Dr. João Guerreiro, Dr.ª Ana Paula Campanário, Dr.ª Vanessa Lara, Dr. Roberto Cuan, Dr. Alfredo, Dr. Marco Aurélio Guimarães, Dr.ª Ana Paula Pozzi, e muitos mais). Muitos dos Departamentos de Patologia, Imunologia, Genética ou do setor de Hematologia do Hospital de Clínicas da FMRP.

Com o passar dos anos, também descobri uma adorável coincidência: um parente distante da minha família paterna, da cidade de Vigia de Nazaré no Estado do Pará, foi o responsável por trazer as primeiras sementes de café da Guiana Francesa para o Estado do Pará e depois para o Sudeste, até chegar à cidade de Ribeirão Preto, onde existe até hoje o Museu do Café.

Era ele, Francisco Melo Palheta, um oficial da Coroa Portuguesa e bandeirante amazônico, que tem seu busto exposto no Museu do Café dentro do campus da USP em Ribeirão Preto. Seus feitos são citados também no livro que conta a história da cidade de Vigia de Nazaré do Estado do Pará e também mostra a história de um grande comerciante da cidade que foi seu parente distante, o meu avô Raimundo Dario Ferreira de Brito.

Assim, descobri que minha ligação de amor com a FMRP ia além de nossos laços de conhecimento, respeito, pesquisa e formação científica, mas também de certa familiaridade com as origens da minha família.

Ao final de minha formação no doutorado, cheguei a ser convidado pelo Dr. Roberto Costa, então chefe do Departamento de Patologia, para ficar, fazer a graduação em Medicina e depois tornar-me professor do Departamento de Patologia da FMRP. Contudo, o fato de já ter uma filha de 1 ano na época, ter que sustentá-la e a necessidade de desenvolver o meu Estado e a minha região de origem, me fizeram, com grande dor na alma, recusar este tão honroso convite.

Hoje, aos 52 anos, sou pai de duas lindas paulistanas, Bárbara e Manuela Sakamoto Peixoto de Brito, que moram em Franca, e, todo ano que vou a vê-las, visito com olhar apaixonado e nostálgico o lindíssimo campus da FMRP e seu charmoso Departamento de Patologia.

Para finalizar, desejo que outras pessoas possam conhecer e amar a USP como eu. Obrigado a todos que fazem a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e a Universidade de São Paulo em todos os seus campus.

Viva a nossa amada USP.

Fachada principal do Departamento de Patologia da FMRP
Fachada principal do Departamento de Patologia da FMRP
Pátio interno do depto. À esquerda, Prof. Luiz César Peres, eu e a então mestranda Patrícia
Salão central do Museu do Café que abriga o busto de Francisco Melo Palheta, meu parente distante que trouxe o café para o Brasil
Minha banca de qualificação de mestrado: Leila Chimelli, Florêncio Fiqueiredo e Roberto Martines
Minha banca de defesa do mestrado: Luiz Cesar Peres, Florêncio Figueiredo e Cláudia
Minha banca de defesa de doutorado: à esquerda, Eduardo Cunha, Florêncio Figueiredo, Roberto Costa e Leila Chimelle
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