Programa do Ciagri ameniza problemas de lixo eletrônico em Piracicaba

Quando possível, é feito reparo e formatação do material para posterior doação a escolas e entidades públicas da cidade. Os materiais que não podem ser reutilizados são devidamente separados para que sejam reciclados de forma correta.

Leon Botão / Assessoria de Comunicação Esalq

Desde abril de 2010, o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir) do Centro de Informática do Campus Luiz de Queiroz (Ciagri) em Piracicaba, vem atuando no cuidado do lixo eletrônico gerado pela universidade. Por meio da reciclagem dos materiais que não tem mais uso e reparando os equipamentos que ainda podem ser utilizados, o Cedir recebe também lixo eletrônico de toda a comunidade.

Lixo eletrônico se caracteriza por todo o tipo de equipamento que não tem mais uso por estar obsoleto ou que necessita de reparos, como monitores de computador, telefones celulares e baterias, televisores, câmeras fotográficas, impressoras, entre outros. O descarte desses materiais em lixo comum agride o meio ambiente devido às substâncias químicas contidas neles, como chumbo, cádmio, mercúrio e berílio, que podem contaminar o solo e os lençóis freáticos. De acordo com o chefe da Seção de Suporte e Manutenção de Microinformática do Ciagri, Marcelo Zacarias da Silva, as áreas onde esse descarte inapropriado acontece são, normalmente, terrenos baldios em bairros periféricos e beiras de estradas.

Quando o lixo eletrônico chega ao Cedir, é realizada uma pré-triagem identificando quais são as reais condições de uso do equipamento. Caso seja possível, é feito seu reparo e formatação para posterior doação a escolas e entidades públicas da cidade. No caso de computadores, por exemplo, é feito um upgrade na máquina e são instalados softwares livres antes do encaminhamento do material. Nos equipamentos que não podem ser reparados, é feito um trabalho de descaracterização e segregação pelos tipos de materiais que o compõem para que, posteriormente, sejam reciclados corretamente.

A ideia de reciclar e depois doar os equipamentos surgiu há bastante tempo, mas só foi viabilizada com a chegada do Cedir em Piracicaba. “Depois que a CCE (Centro de Computação Eletrônica) de São Paulo criou esse projeto e deixou-o formalmente funcionando, fomos convidados a participar. Nós achamos a proposta interessante e montamos aqui no campus de Piracicaba”, contou Silva.

No primeiro ano do projeto, o Cedir recebeu mais de sete toneladas de lixo eletrônico. Já em 2011, o número quase triplicou, alcançando mais de 19 toneladas. No ano passado, aproximadamente 12 toneladas chegaram ao Ciagri, totalizando cerca de 40 toneladas desde o início dos trabalhos.

Silva atribui os altos números ao acúmulo de materiais antes da instalação do projeto: “O campus acumulou muito material durante algumas décadas. Todo lugar que a gente frequentava tinha um armário ou um canto embaixo da escada com coisas guardadas, material obsoleto que não tinham dado baixa ainda por pura correria mesmo. Com o Cedir, o pessoal foi atrás e se desvencilhou desse material”. Ele acredita ainda que, nos próximos anos, esse fluxo de materiais deva ficar mais estável.

Entre os equipamentos recuperados e doados às escolas e entidades, em 2011, estão 19 microcomputadores completos, 14 monitores, dois nobreaks, um switch e uma televisão. No último ano, o número de computadores doados foi mais do que o dobro, 50, além de um aparelho de telefone, duas televisões, um retroprojetor e dois aparelhos de DVD.

De acordo com Silva, escolas municipais cujos diretores demonstraram interesse receberam bastante material e agora estão fazendo bom uso. “Doamos também para algumas creches e até para paróquias de igrejas que quiseram montar uma sala de informática”, contou.

À frente da parte técnica da recuperação e reciclagem dos materiais, Regno da Silva Salgado acredita que a calma é o segredo do trabalho, que demanda atenção e paciência, mas é gratificante. “A melhor forma de gastar energia de trabalho é reformando esses equipamentos para que outras pessoas possam utilizá-los depois. Muita coisa vale a pena ser reformada”, afirma.

Para participar do projeto e receber doações, as entidades sem fins lucrativos precisam entrar em contato com o Ciagri e fazer um cadastro informando em que tipo de material têm interesse. Assim que houver a disponibilidade dos materiais, será feita a doação.

O Ciagri

Em atividade desde 1985, o Ciagri (Centro de Informática do Campus Luiz de Queiroz) é o órgão que executa os projetos e a política de tecnologia da informação da universidade. Organizado, equipado e atento às novas tecnologias, o Ciagri mantém técnicos à disposição de todo o campus.

O Ciagri é responsável pela manutenção do site oficial da Esalq, bem como do correio eletrônico USP. Trabalham, também, com a instalação de softwares, serviços de rede, telefonia, endereços de IP e todo o suporte técnico.

Para o diretor do Ciagri, Luiz Carlos Estraviz Rodriguez, é um privilégio para cada campus ter seu próprio centro de informática. “Cada campus da USP tem uma área acadêmica que é mais importante e os centros de informática também se adaptam e relacionam com isso”, explica.

Mais informações:  (19) 3429-4545

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