Programa Adote um Cientista comemora 10 anos com evento na Casa da Ciência

Programa propõe que alunos do ensino básico participem de encontros com pós-graduandos e graduandos.

Da Agência USP de Notícias

No dia 4 de dezembro, a Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto promove seu 20º Mural em comemoração aos 10 anos do programa Adote um Cientista.

O evento terá a apresentação dos projetos de investigação científica de 15 grupos do “Pequeno Cientista”, programa voltado a jovens do ensino básico. Imunologia, leucemia, microscopia, RNA, neurociências, matemática e artes foram alguns dos temas estudados durante o último semestre sob orientação de pesquisadores do Hemocentro e da USP.

O Mural é como um congresso científico e permite aos alunos trocar informações e sedimentar os conceitos aprendidos. O evento é aberto ao público e contará com avaliadores convidados que analisarão as apresentações dos trabalhos dos jovens cientistas. A 20ª edição é especial e terá uma retrospectiva dos eventos anteriores em comemoração aos 10 anos de atividades do “Adote”.

10 anos do Adote um Cientista

Toda tarde de quinta-feira, alunos e professores da rede básica de ensino se encontram com pesquisadores da USP para um bate-papo sobre temas que envolvem as pesquisas científicas mais recentes realizadas na universidade. Com diversas perguntas dos jovens, a troca de informações e experiências é constante no Adote um Cientista, principal programa educacional da Casa da Ciência.

Perto de completar 10 anos de atividades, a Casa coleciona depoimentos positivos de todos os envolvidos no programa, que afirmam que melhoram e mudam com o processo. Os alunos ressaltam a importância do contato com a pesquisa acadêmica e contam que adquirem a postura de questionar, os pesquisadores – maioria pós-graduandos – destacam a oportunidade de ensinar e de poder ver com outra perspectiva o trabalho que desenvolvem na universidade.

Decorrente de programas anteriores – Caça-Talentos (2001/03) e FAPESP Jr. (2004) -, o Adote um Cientista teve início em agosto de 2005, com a proposta de aproximar alunos da pesquisa, com sua inserção em palestras e projetos de investigação científica. Ao longo do ano, aproximadamente 30 encontros são realizados, constituindo um dos eixos principais de investigação da Casa da Ciência e base para outros programas. O “Adote” já recebeu mais de 1.800 jovens de Ribeirão Preto e região, que vêm com o apoio dos professores e das escolas e contam com o auxílio das prefeituras. Grupos de Luiz Antônio, Dumont, Santa Cruz da Esperança e Batatais já participaram ativamente do programa.

Alunos voltam para ensinar

Um dos resultados da adesão dos jovens ao programa “Adote”, após 10 anos, é que aqueles alunos – que antes eram orientados pelos pesquisadores – continuaram seus estudos, se graduaram e agora voltam para orientar novos participantes. “Os alunos que frequentam a Casa da Ciência passam a ter prazer no que fazem e a gostar de ensinar”, avalia a professora Marisa Ramos Barbieri, coordenadora da Casa da Ciência.

Participante da 1ª turma em 2005, André Ferreira de Camargo se formou em Biologia em 2013 pela Unesp de Jaboticabal e está fazendo mestrado em Microbiologia Agropecuária pela mesma universidade. André voltou à Casa no dia 28 de agosto para falar aos alunos do programa sobre o tema da sua pesquisa e destacou o papel do programa na sua escolha para seguir a carreira acadêmica. “Foi uma oportunidade ímpar participar do Adote um Cientista e foi um divisor de águas na minha vida. Aqui a gente encontra com a prática, vamos pesquisando e vendo o desenvolvimento de coisas que na escola não conseguiríamos entender. Aqui temos mais oportunidade de lidar com a ciência”, disse na ocasião.

Atualmente, três ex-alunos estão orientando grupos do Pequeno Cientista. Ádamo Siena, que começou como aluno na CASA em 2002 e hoje é mestrando em Genética pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, já colaborou em diversos eventos e programas e este semestre escolheu trabalhar o tema RNAs não-codificantes com seus alunos do “Pequeno”. Mara Elisama orienta o grupo “Estudando a Célula” e Yunan Costa Januário trabalha “A Biologia dos Super-heróis” com os alunos, ambos são graduandos em Ciência Biológicas na USP e passaram pelo Adote um Cientista no início do programa em 2005. “Sempre quis orientar um grupo, porque para mim foi muito importante participar para seguir onde estou hoje”, conta Mara, que revela ter escolhido a célula para trabalhar pela afinidade com o assunto. “Eu sempre ficava nesse tema nos grupos quando era aluna do Adote”, finaliza.

Há também ex-alunos que retornam para integrar a equipe e ajudar na continuidade dos programas educacionais. Luciana Silva, estudante de Administração da Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto (FEARP) da USP) participou do “Adote” por três anos e hoje divide seu tempo entre a graduação e o estágio que realiza com os bancos de dados do programa da Casa. Para Luciana, sua passagem pelo “Adote” provocou mudanças de atitude, como perguntar e ouvir mais. “Para as pessoas, no senso comum, ter curiosidade nem sempre é uma coisa boa e eu aprendi que é ótimo, que faz você ir mais longe”, revela.

Pequeno Cientista

O Pequeno Cientista nasceu baseado no programa “Adote”, no qual os alunos também participavam de grupos temáticos de investigação orientados por pesquisadores do Hemocentro e da USP. Proposto em 2010, mas implantado na rotina da Casa da Ciência em 2012, o Pequeno Cientista criou uma rotina de acompanhamento dos grupos e fortaleceu a explicitação e a divulgação dos projetos de investigação.

63 grupos temáticos já foram orientados e tiveram seus resultados apresentados no Mural. Com poucas horas de orientação presencial – aproximadamente 10 encontros de 45 minutos durante o semestre –, os jovens têm alcançado resultados positivos na “alfabetização científica”, com desdobramentos dos projetos nas escolas.

Atualmente, cerca de 100 alunos de Ribeirão Preto e região – com destaque para as cidades de Luis Antonio e Dumont – participam de 15 grupos temáticos que são orientados por 29 pesquisadores colaboradores.
Os resultados alcançados nos projetos podem ser conferidos no 20º Mural.

A Casa da Ciência

A Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto teve início em 2001 com a criação do Centro de Terapia Celular – integrante dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP -, coordenado pelos professores Marco Antonio Zago e Dimas Tadeu Covas. Unindo pesquisadores qualificados de um importante centro de pesquisa e a longa experiência na área educacional da professora Marisa Ramos Barbieri, a Casa conquistou espaço dentro da universidade e hoje coleciona parceiros constantes não só da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) como de outras unidades.

O Mural será no Anfiteatro Vermelho do Hemocentro de Ribeirão Preto, localizado na Rua Tenente Catão Roxo, 2501, em Ribeirão Preto, a partir das 14h30.

Mais informações: (16) 2101-9308, email casadaciencia@hemocentro.fmrp.usp.br

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