O “Mestrado do Sofá” e a pandemia

Ícaro de Abreu, mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP

 

Desde sempre alimentei o sonho de estudar na USP. O Universo, no entanto, parecia empenhado em tornar essa jornada uma saga épica, repleta de reviravoltas. Embora tenha fracassado em minha tentativa de ingressar na graduação, persisti, almejando um lugar nos corredores acadêmicos da Universidade. Finalmente, minha chance surgiu com a aprovação no mestrado, mas, para meu espanto, a pandemia desdobrou-se como um antagonista inusitado nesse enredo educacional.

Em um momento que deveria ser celebrado, fui agraciado com a oportunidade de realizar meu mestrado justamente durante os meses caóticos da pandemia de covid-19. O meu “Mestrado do Sofá” ganhou vida, com o campus Cidade Universitária substituído pelo sofá e as aulas presenciais trocadas por interações virtuais. As ironias do destino pareciam ter um senso de humor peculiar, revelando-se como o roteirista caprichoso de minha comédia acadêmica.

Mesmo privado do contato presencial, mergulhei em debates virtuais, conectando-me com colegas e professores de diferentes partes do mundo. A tela do computador tornou-se meu palco, e as aulas remotas, meu novo habitat acadêmico.

Assim, meu conto acadêmico, repleto de reviravoltas e ironias, transformou-se em uma experiência única. Embora tenha sido afastado da tão sonhada Cidade Universitária, aprendi a apreciar as nuances de um mestrado online, adaptando-me aos desafios e tirando o máximo proveito de uma circunstância imprevisível.

Na comédia da vida acadêmica, o improvável revelou-se um trampolim para o inesperado, e o “Mestrado do Sofá” tornou-se uma história inusitada e memorável.

 

Scroll to top