Já há três décadas o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP vem desenvolvendo um projeto em conjunto com o Museu Nacional de História Natural (MNHN) de Paris, na França. Comandado pela arqueóloga Agueda Vialou, este longo trabalho contribuiu para a formação de “toda uma geração de arqueólogos brasileiros”, como nos conta o professor Paulo DeBlasis. DeBlasis é o coordenador do seminário Povoamentos pré-históricos no Brasil Central, que acontece entre os dias 21 e 23 de agosto.
“O evento comemora os 30 anos e, na verdade, o final de um longo projeto que temos em parceria com o MHN de Paris. A parceria continua, mas o projeto de pesquisa no Mato Grosso [Cidade de Pedra, em Rondonópolis] se encerra”, comenta o professor.
A parceria tem a ver com a existência, no museu francês, de um grupo de pesquisa dedicado à área, sob o comando da brasileira Agueda e seu marido, e também arqueólogo – o francês Denis Vialou. Há um intercâmbio bastante rico entre os dois museus, como conta DeBlasis: “são brasileiros que vão para a França e franceses que vêm para o Brasil. Isso envolve uma troca muito grande em pesquisa e ensino, além da formação de novos profissionais”.
Brasil central
O seminário Povoamentos pré-históricos no Brasil Central tem como princípio básico reunir conferencistas que participaram de alguma forma do projeto. “A ideia é realizar uma serie de seminários com pessoas que tanto fizeram parte, quanto foram formadas pelo projeto”. Mesas temáticas e conferências vão tratar sobre diversos temas que envolvem o Brasil Central e regiões limítrofes (Planaltos do Sul do Brasil e Amazônia).
Nas mesas temáticas se discutem desde paleoíndios – que se referem aos sítios mais antigos do Brasil -, passando pela arqueologia do cerrado e da região do Planalto Central.
DeBlasis ressalta também as falas temáticas sobre o próprio projeto de parceria na região da Cidade de Pedra. “É uma região muito bonita e cheia de eventos arqueológicos. Desde a arte rupestre até a ocupação de caçadores e ceramistas. Fica no contato entre o Planalto Central e o Pantanal”, descreve.
É uma região muito bonita e cheia de eventos arqueológicos. Desde a arte rupestre até a ocupação de caçadores e ceramistas.
Ainda este ano, haverá uma visita à Rondonópolis, complementando a comemoração do projeto. É nesta região em de ecótono (área de transição ambiental) que as pesquisas de campo acontecem. Ligada ao projeto com o MNHN e o MAE, há ainda uma parceria com a universidade local, a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Serviço
O Seminário Povoamentos pré-históricos no Brasil Central, coordenado pelos professores Paulo DeBlasis, Levy Figuti e Veronica Wesolowski, do MAE, além dos arqueólogos Agueda e Denis Vialou, do MNHN de Paris, acontece no auditório do Instituto de Oceanografia (IO) da USP (Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, São Paulo)
O evento é gratuito e recebe inscrições pelo email ar.tognoli@gmail.com.
O MAE tem em seu acervo mais de 120 mil peças. São coleções de arqueologia americana, brasileira e do Mediterrâneo e Médio-Oriente; além de etnologia africana. Seu patrimônio tem origem a partir das coleções do Museu Paulista, do antigo Museu de Arqueologia e Etnologia, do Instituto de Pré-História e do Departamento de Antropologia da USP; além de contar com pesquisas recentes de professores e alunos da unidade. Conheça mais no site do Museu: www.mae.usp.br.