Da Assessoria de Comunicação do campus de Ribeirão Preto
Pesquisa do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP mostra que para trocar de banco, o consumidor com depósitos à vista em conta corrente precisa desembolsar em média R$ 471,17.
Para calcular o total dos gastos, a pesquisa levou em consideração variáveis como depósitos, volume de receitas com tarifas sobre contas correntes, taxas de descontos, número de diretores e funcionários do banco, número de pendências, entre outras.
Esse custo pode explicar o tempo médio de duração do relacionamento entre cliente e instituição financeira. No Brasil, esse relacionamento vigora por 8,4 anos. De acordo com o estudo, nos bancos menores, o tempo é ainda maior. Isso porque quanto menor o banco, maior o gasto com a mudança de instituição.
As estimativas apontam ainda que 81% da carteira de um banco se deve ao relacionamento entre a instituição e o cliente no trimestre anterior (efeito lock-in) e 73,4% do valor adicionado pelo correntista é atribuído aos custos de mudança, mais uma evidência de que tais custos são realmente relevantes para o mercado bancário brasileiro.
A pesquisa faz parte da dissertação de Mariana Oliveira e Silva. O estudo foi desenvolvido dentro do Programa de Pós-Graduação em Economia (mestrado), sob a orientação do professor doutor Cláudio Ribeiro de Lucinda da FEARP.
O objetivo do trabalho, segundo a autora Mariana Oliveira e Silva, foi analisar os custos de mudança (switching costs) no mercado de prestação de serviços do setor bancário brasileiro. “Tais custos são a principal causa de retenção (lock-in) dos clientes, podendo conferir certo grau de poder de mercado às empresas, com implicações importantes para a competitividade do mercado”, explica Mariana.
O banco de dados utilizado na pesquisa teve como referência informações contábeis em bases trimestrais entre 2009 e 2011 de bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal). Por possuírem natureza de negócio diversa, não fizeram parte da análise os bancos de investimentos, de desenvolvimento, as cooperativas de crédito e os consolidados não bancários.
Mais informações: email mariana.oliveira.esilva@usp.br