Da Assessoria de Comunicação do Hospital das Clínicas
O Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (Lacre) do Hospital das Clínicas (HC) , da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), desenvolve pesquisa inédita com suplemento alimentar à base de creatina – composto natural sintetizado pelo próprio organismo – e melhora a função muscular dos pacientes com fibromialgia.
O estudo, duplo cego, controlado por placebo, foi realizado em 16 semanas e envolveu 28 pacientes, com idade de 48 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu o suplemento alimentar e o outro grupo recebeu placebo. Ambos realizaram um programa de treinamento físico no próprio Lacre, durante o tratamento.
Os resultados foram bastante animadores, explica a reumatologista Fernanda Lima, responsável pelo Lacre. 80% dos pacientes que fizeram uso da creatina apresentaram aumento do conteúdo de fosfocreatina intramuscular.
O aumento da força muscular traz em uma série de facilidades para os pacientes com fibromialga: reduz a incapacidade física, beneficia a execução das atividades da vida diária, como subir e descer escada e ir ao supermercado, exemplifica a médica.
Também não foram relatados efeitos colaterais, reforçando a segurança do uso da creatina nos pacientes. “Embora não tenha havido diferença entre os grupos nos fatores dor, condicionamento aeróbio e qualidade de sono observou-se significativo ganho de força muscular tanto no segmento inferior, quanto superior do corpo”, adiantou a médica.
Os resultados são o primeiro passo para uma possível padronização do suplemento como tratamento adjuvante no HC e na rede pública para garantir um bom desempenho no dia-a-dia dos portadores da fibromialgia.
Agora, os especialistas irão investigar, por um período maior de tempo e amostragem, a eficácia da creatina no combate aos sinais e sintomas dessa doença reumatológica que causa dores musculares, fadiga, distúrbios de sono e cognitivos e dor em pontos específicos sob pressão.
Resultados da Pesquisa
Antes e após as 16 semanas de estudo, os participantes foram submetidos à avaliação da função muscular, condicionamento aeróbio, função cognitiva, qualidade do sono, função renal e eventos adversos. O conteúdo de fosfocreatina muscular também foi medido no exame de espectroscopia por ressonância magnética de fósforo.
O grupo que recebeu creatina apresentou 80,3% a mais de concentração de fosfocreatina muscular, enquanto o grupo que recebeu placebo registrou aumento de 2,7%. A força muscular nos exercícios de membros superiores e inferiores aumentou em 9,8% e 1,2%, respectivamente, e a força isométrica em 6,4%.
Mais informações: (11) 2661-7879, com Bete Subires