Da Assessoria de Imprensa do Cena
O Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP já tem tradição em pesquisas que visam reduzir a emissão de metano dos ruminantes e, agora, começa a exportar esse conhecimento para outros países. Para tanto, a zootecnista Maria Andrea Cerrillo Soto, pesquisadora da Universidad Juárez del Estado de Durango, no México, está no Brasil para ampliar o conhecimento nessa área.
O local escolhido é o Laboratório de Nutrição Animal (Lana) que, entre suas análises mede a emissão do metano expelido pelos ruminantes conforme a dieta do animal. Isso foi o que mais chamou a atenção da veterinária mexicana. “Possuímos um equipamento de cromatografia idêntico em nossa Faculdade de Medicina Veterinária e de Zootecnia, porém aqui os métodos aplicados são outros”, afirmou Andrea.
Em sua estadia no Brasil, com duração de um mês, Andrea, que também leciona na instituição mexicana, pesquisará in vitro e in vivo a quantificação de metano em ovelhas. A supervisão será do professor Adibe Luiz Abdalla, que também é responsável pelo Lana.
Tradicionalmente, as pesquisas do Cena nessa área se valem de alimentos alternativos baseados em plantas ricas em taninos e subprodutos da cadeia do biodiesel. “Desenvolvemos alternativas nutricionais sustentáveis para manipular a digestão e reduzir a emissão de metano pelos ruminantes por meio da fermentação entérica e pelos dejetos depositados nas pastagens”, informa o professor Abdalla.
Apesar das diferenças entre os dois países, Brasil e México possuem características climáticas parecidas em certas regiões e algumas plantas com as mesmas propriedades taniníferas utilizadas no Brasil na dieta de ruminantes, como a leucena.
“O norte mexicano é muito parecido com o nordeste brasileiro, quente e seco. Portanto, iremos testar em ovinos e caprinos do México a mesma dieta aplicada aqui, mas com nossa vegetação nativa, que também é rica em tanino, como a prosopis e a acacia, além da opuntia”, explicou Andrea.
A vinda de Andrea também poderá propiciar um convênio entre as duas instituições. “Conheci o professor Adibe quando nos encontramos em um congresso em Cuba, no ano de 2013, e iniciamos tratativas visando a trocas de mestrandos e doutorandos com interesses afins”, concluiu.
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