Recém-lançado, site da Comissão Permanente de Relações do Trabalho (Copert) permite que funcionários da USP acompanhem as negociações – e seus resultados – entre Reitoria e Sintusp.
A partir desta semana, qualquer pessoa poderá verificar o que foi decidido nas reuniões realizadas pela Copert, bem como o encaminhamento dos assuntos. O grupo lança o site oficial no endereço relacoesdotrabalho.usp.br, onde estarão disponíveis as reivindicações específicas dos funcionários, as decisões tomadas pela comissão, os encaminhamentos, as datas das próximas reuniões ordinárias e as atas das reuniões já realizadas.
Criada em 8 de abril passado pela Portaria GR 6.659, a comissão representa a Administração da USP nas negociações das demandas apresentadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). Seu principal objetivo é tratar dessas demandas e propor medidas para a solução de conflitos derivados das relações de trabalho.
A Copert foi proposta pelo Grupo de Trabalho de Negociação Sindical, instituído em outubro de 2014 pelo reitor Marco Antonio Zago com o objetivo de sugerir alguma forma de relacionamento permanente com os servidores da Universidade. O grupo foi formado por quatro professores da USP, sendo eles a professora Maria Paula Dallari Bucci e os professores Otavio Pinto e Silva, Antonio Rodrigues de Freitas Júnior e Wilson Aparecido Costa de Amorim. A diretoria do Sintusp também participou dos debates iniciais para a criação da comissão.
Vinculada à Coordenadoria de Administração Geral (Codage), a comissão é formada por três membros, sendo eles Ana Carla Bliacheriene, professora da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP), diretora do Departamento de Recursos Humanos (DRH) da USP e presidente da comissão; Salvador Ferreira, assessor para Assuntos dos Servidores Técnicos e Administrativos do Gabinete do Reitor, e David Griman, assistente técnico do DRH.
A ideia da criação do portal partiu do próprio grupo, que viu a necessidade de uma via institucional de divulgação dos encontros como forma de esclarecimento para a comunidade universitária do que é decidido. “A finalidade do site é mostrar para quem não participa da reunião o que de fato foi trazido e como estamos resolvendo”, explica a professora Ana Carla.
Outro ponto identificado foi a oportunidade de criar uma memória através da publicação de seus arquivos e atas. “É também uma forma de documentar e construir toda uma história dessas negociações e não se perder sem registros”, afirma Ferreira.
Além de conseguir acessar informações básicas como as resoluções tomadas e o calendário das reuniões, o servidor poderá entrar em contato com o grupo, seja para tirar dúvidas ou até sugerir pautas. Segundo William de Aguiar, gerenciador do site e membro da equipe de apoio dos assistentes técnicos do DRH, essa ferramenta é útil para os funcionários tomarem conhecimento do que está sendo discutido. Ainda destaca: “Através do site, é possível que dúvidas ou reivindicações possam ser encaminhadas para uma discussão na própria comissão”.
As negociações ocorrem através das reuniões ordinárias mensais e contam com a participação dos membros da Copert e do Sintusp, com apoio de Daniel Kawano, da Procuradoria Geral da USP, que fornece suporte jurídico à comissão. Também têm comparecido, junto ao Sintusp, em alguns casos, os servidores da USP que estão envolvidos diretamente nos assuntos discutidos. Em casos em que entende necessário, a comissão se desloca para onde há uma pauta de conflito e realiza a reunião na própria unidade. Há também oportunidades em que são marcadas reuniões extraordinárias.
Apesar de ter sido criada oficialmente em abril, são realizadas reuniões de negociação desde dezembro de 2014. Até hoje, já foram discutidos problemas estruturais em prédios de unidades, relações dificultosas entre servidores e chefes, melhor alocação de servidores, andamento de processos no DRH e no Sesmt (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e alteração de função, dentre outros. Temas salariais, por exemplo, não são da competência da comissão e são discutidos pelo Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas).
Em todas as reuniões, são abordados temas da pauta específica do sindicato, elaborada anualmente por ocasião do dissídio (também disponível no site). Na lista deste ano estão assuntos referentes a benefícios sociais, processo de terceirização, recursos humanos, educação e saúde. No entanto, a professora Ana Carla destaca: “Não é uma comissão somente para negociar a pauta específica. É algo mais amplo: garantir uma boa relação entre Administração e os servidores técnico-administrativos, entendendo e respeitando o papel do sindicato nesse processo. Faz parte de um projeto maior de desenho de uma política de gestão de pessoas da Universidade”.
Na mesma linha de pensamento, Griman ressalta que o mais importante da iniciativa é abrir um espaço de comunicação com os representantes dos funcionários. “Tudo que acontecia antes vinha através de manifestações, exigências, discussões, boletins, ofícios, e não havia esse contato direto em que se pudesse sentir o que realmente o sindicato quer trazer”, aponta.
Para seus membros, o trabalho está permitindo uma relação respeitosa com os representantes do sindicato. A professora Ana Carla avalia: “A minha leitura é que a comissão está andando muito bem e que está conseguindo resolver problemas que não chegavam à Administração central. Antes, aconteciam conflitos nas unidades, mas não chegavam à Reitoria. Hoje nós conseguimos mapear determinados conflitos e problemas e atuar preventivamente”.
André Meirelles / Jornal da USP
Mais informações: site http://relacoesdotrabalho.usp.br/