Luciana Silveira / Assessoria de Comunicação do IAG
Um pequeno evento sísmico de magnitude 3.0 foi detectado e localizado automaticamente pela Rede Sismográfica Brasileira (BRASIS) no último dia 30 de julho, às 14:43:17.6 (horário local), em Minas Gerais. A detecção, pioneira no Brasil, é o resultado de trabalhos de implantação de estações sismográficas e de melhoria dos links de comunicação via telefonia celular das estações da BRASIS e da Rede RSIS (Observatório Nacional), permitindo que a maioria delas realize transmissões de dados em tempo real. O trabalho envolveu pesquisadores e técnicos da Rede BRASIS, no Centro de Sismologia da USP, formado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e pelo Instituto de Energia e Ambiente (IEE), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Brasília (UnB).
Assim que um evento é detectado e uma localização preliminar é feita, um e-mail é enviado automaticamente a todos os integrantes do grupo de Sismologia do IAG. Ao receber a primeira mensagem, o técnico-operador José Roberto Barbosa analisou os dados da localização preliminar, conferiu as marcações das ondas P (onda sísmica longitudinal de maior velocidade), incluiu chegadas das ondas S (onda sísmica de vibrações transversais de velocidade menor) e melhorou a localização do evento.
Epicentro
O IAG iniciou a instalação das suas primeiras estações da rede BRASIS no início de 2010. “A detecção deste pequeno evento sísmico é resultado de anos de esforço da equipe da rede na implantação de um sistema complexo envolvendo muito trabalho de campo, aprendizado de novas tecnologias e desenvolvimento de software”, avalia o professor Marcelo Assumpção, do IAG, coordenador da Rede Sismográfica Brasileira.
“A cooperação e integração de toda a comunidade sismológica do Brasil foi muito importante. Temos agora mais ânimo para terminar a implantação da rede no resto do país e buscar maneiras de manter a Rede no futuro”. A Rede Sismológica Brasileira é formada pelo Observatório Nacional, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) , IAG e UnB (com colaboração da Unesp e IPT).
Entre os próximo objetivos da rede está a instalação de estações na Amazônia, o uso de transmissão própria por satélite, melhor disseminação destas informações ao público, e, principalmente, a definição de estratégias para sua manutenção. O projeto de implantação da Rede BRASIS tem apoio da Petrobras, dentro da rede temática de Geotectônica.
Mais informações: (11) 3091-4783, email marcelo@iag.usp.br