Estão em exposição no Museu da Casa Brasileira (MCB), em São Paulo, os trabalhos dos 12 formandos da primeira turma do curso de design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. A mostra, chamada de Fauforma, ficará em cartaz até o dia 2 de outubro.
A mostra representa a consolidação do recente curso de design da USP, iniciado em 2006. Para a exposição, houve envolvimento dos formandos, de outras turmas do curso e dos professores da FAU, que trabalharam intensamente com a curadoria do Museu. Segundo o coordenador do curso, professor Carlos Roberto Zibel Costa, a exposição e a formação da primeira turma de design da USP “marcam uma nova geração de designers brasileiros”.
Os projetos exibidos
Os trabalhos englobam diversas áreas do design, e vão desde de softwares de educação até a criação de um novo carro. Fábio Watanabe desenvolveu um projeto sobre mobiliário para espaços reduzidos. A partir de uma realidade pessoal, a falta de espaço em seu apartamento, ele produziu diversos móveis para dinamizar esse ambiente e aproveitá-los da melhor forma possivel, sem perder a estética e funcionalidade.
Cibele Lee, outra expositora da Fauforma, produziu um equipamento para transporte de compras domésticas por usuários a pé. Segundo a aluna, o projeto, que levou quase um ano para ser concluído, passou por diversos testes de materiais e modelos até que se chegasse ao resultado final. Com o projeto, Cibele foi premiada com a medalha de bronze no prêmio IDEA/Brazil 2011, o mais importante do design brasileiro. Outro premiado no mesmo evento, mas com medalha de ouro, foi William Kimura, com um projeto diferenciado de algo que se assemelha a um bebedouro.
O MCB, segundo o professor Carlos Zibel, “é o lugar do designer de São Paulo” e não haveria melhor ambiente para a exposição. De início, a coordenadoria da FAU acreditava que a exposição pudesse não ser aprovada por não se tratar de produção de artistas profissionais, mas sim de formandos. No entanto, o comitê julgador do Museu aprovou a mostra por entender que ali é um ponto de encontro de debates e diferentes visões sobre o design. Segundo Giancarlo Latorraca, diretor técnico do MCB, esta é a vocação do museu “e nos interessa participar deste tipo de debate”.
O design na USP
O curso é ministrado no período noturno e tem duração de cinco anos. Iniciou-se em 2006 já com grande procura no vestibular. Foram 1730 inscritos para 40 vagas, ou seja, 43 candidatos por vaga. Atualmente a procura se estabilizou para cerca de 28 alunos por vaga, superior, inclusive, à do tradicional curso de arquitetura.
A ideia de expansão do curso e abertura de novas vagas existe, porém não é algo a se pensar a curto prazo. Como todo novo curso, o design passa por dificuldades – no caso, falta de estrutura física, de laboratórios de projetos e até de grade curricular, que continua em reestruturação. Zibel afirma que “foi praticamente um milagre termos conseguido formar a primeira turma em cinco anos”.
Apesar de tudo isso, os alunos consideram o balanço positivo, principalmente porque aprovaram a abrangência da graduação. Cibele garante que ”obter a formação tanto em desenho industrial como projeto visual fez toda a diferença” e acredita que não se deve separar esses dois campos do design. Fábio segue a mesma linha e afirma que a não segmentação do curso, como ocorre em outras faculdades, “contribuiu muito para uma visão mais ampla e clara do desenvolvimento de um projeto de design”.
Ainda neste mesmo tema, Zibel refuta a ideia de que isso possa trazer superficialidade na formação dos alunos. A graduação optou por uma formação mais complexa e abrangente, não limitando o profissional a um designer gráfico, por exemplo. “Uma coisa é formação e outra coisa é especialização”, afirma o docente. Na FAU o aluno sai capacitado não só a desenvolver projetos mercadológicos, como pode participar de projetos de alta tecnologia como um navio ou uma aeronave, para que dessa forma possam retribuir à sociedade o valor investido em sua formação, cumprindo a responsabilidade da Universidade pública.
Na avaliação do coordenador, a experiência foi extremamente positiva e este se diz “fã de carteirinha dos alunos”, ressaltando sua capacidade e qualidade. Zibel acredita na vocação dos alunos de design e se diz esperançoso sobre a atuação deles no mercado de trabalho.
Serviço
O Museu da Casa Brasileira fica na Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705, Pinheiros, São Paulo.
Está aberto de terça à domingo das 10 às 18 horas. A entrada custa R$4,00 e estudantes pagam meia-entrada. A visitação aos domingos e feriados é gratuita. Há estacionamento pago no local e bicicletário gratuito.
A mostra tinha data de encerramento prevista para o próximo domingo, 18, mas devido à boa aceitação do público, foi prorrogada por mais duas semanas.
Para mais informações sobre a exposição e o museu, ligue para (11) 3032-3727 ou acesse o sitewww.mcb.sp.gov.br
O site da exposição é www.fau.usp.br/fauforma.
Estão em exposição no Museu da Casa Brasileira (MCB), em São Paulo, os trabalhos dos 12 formandos da primeira turma do curso deesign da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. A mostra, chamada de Fauforma, ficará em cartaz até o dia 2 de outubro. |