O novíssimo – e inclassificável – cinema brasileiro no Cinusp

Sem pretensões de reunir um mesmo estilo ou discurso narrativo, os títulos buscam um recorte para os filmes que representam a nova safra de cineastas brasileiros e suas aflições.

O Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp) realiza, entre os dias 18 de março e 5 de abril, a segunda edição da mostra Novíssimo Cinema Brasileiro, que conta com 27 filmes que tiveram grande repercussão em festivais nacionais e internacionais. Nos mesmos moldes da primeira edição, a Mostra irá exibir não só os filmes mais vistos ou os mais recentes, mas sim aqueles que revelaram a tensão do realizador e geraram uma resposta significativa do público.

Sem pretensões de reunir um mesmo estilo ou discurso narrativo, os títulos buscam um recorte para os filmes que representam a nova safra de cineastas brasileiros e suas aflições. A programação irá reunir os filmes ‘O Som ao Redor’ (2012), ‘A Febre do Rato’ (2011), ‘Heleno’ (2011) e ‘Paraísos Artificiais’ (2012). E, assim como a primeira edição do evento haverá na programação filmes que permanecem inéditos no circuito exibidor, como ‘Eles Voltam’, de Marcelo Lordello, ‘Éden’, de Bruno Sfaldi e ‘Jards’, de Eryk Rocha.

Segundo Matheus Rufino, um dos responsáveis pela programação, o nome da Mostra faz referência aos jovens que estão envolvidos com o cinema independente. “O nome Novíssimo Cinema Brasileiro foi utilizado por um crítico para caracterizar um determinado grupo de jovens recém-formados que estavam ‘explodindo’ em Festivais pelo Brasil. Atualmente, esse conceito foi expandido e é utilizado para fazer referência ao movimento do cinema independente que de algum modo tenta romper laços com a estrutura estética anterior”, explica Rufino.

O nome ‘Novíssimo Cinema Brasileiro’ foi utilizado para caracterizar um determinado grupo de jovens recém-formados que estavam ‘explodindo’ em Festivais pelo Brasil.

Há um consenso de que não há como caracterizar o cinema brasileiro. Para Marcelo Lordello, diretor do filme ‘Eles Voltam’, as denominações são genéricas. “Eu acho que em todas as épocas tem gente realizando filmes com propostas atuais, ousadas e arriscadas. Fica ilógico chamar esse momento de Novíssimo, senão o que vier depois será o quê? Hipernovo?”, argumenta o pernambucano.

O grande sucesso de público e crítica é explicado pela mudança da temática dos filmes. “Tem havido uma busca por parte dos cineastas em tentar se aproximar dos problemas da sociedade brasileira, como podemos ver no filme ‘O Som ao Redor’ que retrata as tensões e anseios da classe média. Isso é uma mudança”, afirma Rufino.

Com a proposta de aproximar os criadores dos estudantes e do público em geral, o Cinusp realiza diversos encontros onde é possível trocar informações sobre concepção, estrutura e narrativa, além de incitar a reflexão critica sobre os temas abordados pelos filmes. “É sempre importante os alunos entrarem em contato com os profissionais, independente de que área de conhecimento seja. O contato entre os difusores da cultura com a comunidade só tende a ser enriquecedor”, avalia o curador da Mostra, Marcos Kurtinaitis.

Programação

De 18 de março a 5 de abril, o evento terá sessões às 16 e às 19 horas. As sessões são gratuitas e ocorrem na sede do Cinusp, Rua do Anfiteatro 181 – Colmeia – Favo 04, Cidade Universitária, São Paulo.

Veja a programação completa neste link.

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