Investigar os fatores de risco para óbito pela gripe H1N1 (Influenza A(H1N1)pdm09) em pacientes e em gestantes hospitalizados com Doença Respiratória Aguda Grave – DRAG, foi o objetivo da tese de doutorado Fatores de Risco para Óbito por Influenza A(H1N1)pdm09, Estado de São Paulo, 2009, de autoria da médica sanitarista Ana Freitas Ribeiro, no último mês de março na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, sob orientação da professora Dirce Maria Trevisan Zanetta.
A identificação, em abril de 2009, de um novo vírus da gripe (subtipo viral, Influenza A(H1N1)pdm09) e o anúncio em 11 de junho de 2009, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre o início de uma pandemia de influenza, estimulou a pesquisadora a investigar os fatores que causavam as mortes por esta nova pandemia.
Desde então, a pesquisadora realizou dois estudos caso-controles, em pacientes e em gestantes hospitalizados com Influenza A(H1N1)pdm09 confirmada laboratorialmente. Os casos evoluíram para óbito e os controles para cura.
O primeiro estudo foi realizado nas regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas, de 28 de junho a 29 de agosto de 2009. Nas gestantes, o estudo incluiu o Estado de São Paulo, de 09 de junho a 01 de dezembro de 2009. Foram realizadas avaliações dos prontuários hospitalares e entrevistas domiciliares, a partir de formulários padronizados. Os resultados encontraram os seguintes fatores de risco para óbito: idade entre 18 a 59 anos, obesidade e não ter tido atendimento prévio à internação.
O tratamento antiviral, quando administrado nas primeiras 48 horas do início dos sintomas foi fator de proteção para óbito. Houve benefício também da administração do antiviral entre 48 a 72 horas.
Em gestantes, foram identificados os seguintes fatores de risco para óbito: ter procuradoatendimento prévio à internação e estar no terceiro trimestre de gestação. Tratamento antiviral foi fator de proteção, quando administrado até 48 horas do início dos sintomas e de 48 a 72 horas. Em relação aos desfechos gestacionais, houve maior proporção de perdas fetais e partos prematuros entre as gestantes que evoluíram para óbitos. Neste grupo, entre os recém nascidos vivos houve maior proporção de baixo peso e índices de Apgar inferiores, quando comparado aos controles (gestantes que se recuperaram) que tiveram parto durante a internação.
A identificação dos pacientes de maior risco e o tratamento precoce são fatores importantes para a redução da morbi-mortalidade por influenza. Considerando tais resultados, a pesquisadora, concluiu que a identificação dos pacientes de maior risco e o tratamento precoce são fatores importantes para a redução da morbi-mortalidade por influenza.
Da Assessoria de Comunicação da FSP