Equipamento desenvolvido pelo engenheiro de computação Filipe Morgado Simões de Campos em pesquisa no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP oferece um ambiente virtual interativo para simulação de maquiagem. O simulador permite a escolha dos produtos e a sua aplicação na imagem do usuário. Os resultados podem ser observados rapidamente e com menores custos, pois a aplicação e remoção da maquiagem é instantânea e não utiliza cosméticos reais.
O protótipo da interface construído na pesquisa é composto por um computador com monitor sensível ao toque e uma câmera RGBD, no caso um Kinect. “Um programa de computador foi desenvolvido para implementar o algoritmo de simulação de maquiagem criado durante o estudo”, afirma Campos. “Além disso, também foi utilizado o Software Development Kit (SDK) do Kinect, que é um conjunto de funções que permitem o uso de suas funcionalidades dentro do software do projeto”. A pesquisa é descrita em dissertação de mestrado orientada pelo professor Carlos Hitoshi Morimoto, do IME.
Na interface criada para o protótipo, o monitor sensível ao toque faz o papel de um espelho. “A interação com o sistema ocorre por meio do toque na tela”, conta o pesquisador. “Com ele pode-se escolher o produto e outras características para a aplicação da maquiagem, que é realizada tocando o monitor na região do rosto desejada para sua aplicação”.
O usuário pode aplicar a maquiagem livremente, escolhendo os tipos de maquiagens, suas cores e intensidades para combiná-las e aplicá-las em qualquer lugar de sua face criando efeitos diversos. “É possível aplicar, por exemplo, mais de um produto em uma mesma região da face”, relata Campos, “ou caso o usuário permaneça com seu dedo em um mesmo local da face ou toque essa região múltiplas vezes, a maquiagem será intensificada proporcionalmente ao tempo ou ao número de vezes em que o local foi tocado”.
Assista no vídeo a seguir:
Aplicação
Para facilitar a aplicação, a região dos controles permite que o usuário possa congelar a imagem do espelho para aplicar os cosméticos. Desta forma, não existe a necessidade de manter a face imóvel enquanto a maquiagem é aplicada.
A pesquisa propõe o uso do equipamento em lojas de produtos de maquiagem ou salões de beleza. “Para a loja, a simulação é útil para mostrar o resultado de diversos produtos, demonstrar como estes podem ser combinados entre si e ensinar ao cliente o correto uso e respectivas combinações’, explica o pesquisador. “Para o salão, pode-se mostrar para o cliente como ele ficará após a aplicação das maquiagens que o maquiador está considerando, com o intuito de verificar sua satisfação antes de ser maquiado”. Uma versão comercial do simulador será produzida por uma empresa montada pelo pesquisador, ainda sem data definida de lançamento.“O uso do simulador pode melhorar a experiência do usuário durante a experimentação de produtos de maquiagem”, ressalta Campos. “Além de proporcionar flexibilidade e liberdade de aplicação, ele não requer etapas preparatórias, como posicionar marcadores ou criar modelos de face, apresenta resultados convincentes para a simulação e funciona sem necessidade de equipamentos de alto custo”.
Campos aponta que o simulador também poderia ser uma ferramenta para o treinamento de profissionais do setor de estética. “O conceito proposto no projeto também poderia ser aplicado para o ambiente doméstico”, observa. “Além de testar combinações de maquiagens, o usuário poderia ter subsídios para realizar compras online e utilizar as redes sociais na internet para criar novos estilos de forma colaborativa e compartilhar os resultados com os amigos”.
Mais informações: email fmscpi@gmail.com, com Filipe Morgado Simões de Campos