Evento de celebração do cinquentenário da Tecnologia da Informação (TI) contou com homenagem a pioneiros e pré-lançamento de novos sistemas
Por André Meirelles / Jornal da USP
“De uma forma eficiente, conseguimos colocar a informática como atividade-meio de fundamental importância para apoio e viabilização das nossas atividades-fim.” Com essas palavras, o vice-reitor Vahan Agopyan abriu o evento “Cinquenta anos de Tecnologia da Informação (TI) na Universidade de São Paulo”, ocorrido na quinta-feira (18), no Auditório Prof. István Jancsó da Biblioteca Brasiliana. O encontro teve como objetivo comemorar meio século da TI da USP, fazendo um resgate histórico de sua atuação, destaque de sua importância na vida universitária e um pré-lançamento de dois novos serviços no meio informático.
Após a abertura, o professor Paulo Cesar Masiero, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), fez um breve resumo da evolução da TI na USP, desde sua introdução, nos anos 60, até os dias de hoje. O primeiro computador da Universidade, um IBM-1620, foi adquirido em 1961. A máquina gerou grande interesse em professores e alunos e definiu as carreiras de muitos deles.
Nos anos 70, o exame do vestibular da Fuvest foi criado e o CCE (Centro de Computação Eletrônica) passou a processar a prova. A década de 80 foi marcada pela presença de microcomputadores, ou computadores pessoais. Em 1988, é criada a primeira versão da Rede USP e entre 1995-96 todos os prédios da USP são interligados pela USPNet.
Na virada do milênio, além da USPNet sem fio ser instalada, a TI da USP passa a consolidar os sistemas administrativos e acadêmicos com interface web, tais como Apolo (Cultura e Extensão), Atena (Pesquisa), Janus (Pós-Graduação), Marte (Recursos Humanos) e Júpiter (Graduação). Por fim, na década de 2010, chega o conceito de “computação como serviço”: é inaugurada a nuvem computacional da USP e em 2014 a estrutura de TI é modificada unificando todas suas atividades na nova estrutura da Superintendência de TI (STI).
O professor José Goldemberg também subiu ao palco para falar sobre a importância da tecnologia da informação na USP. O ex-reitor ressaltou a relevância da transparência dos projetos administrativos. Isto ocorreu graças ao avanço da informatização e digitalização de documentos, que permitiu saber como a máquina administrativa funciona. “O resultado de uma administração que tenha instrumentos de informática funcionando como tem a USP pode fazer coisas que são impossíveis de outra forma”, afirmou Goldemberg. Ainda houve uma homenagem aos pioneiros da TI, tendo o servidor Eduardo Bonilha como representante dos homenageados e dos servidores que participaram ativamente na construção da história da TI na USP.
Por fim, o professor João Eduardo Ferreira, atual superintendente de Tecnologia da Informação, falou sobre os próximos passos da TI da USP e pré-lançou dois novos serviços computacionais dentro do mundo da informática da USP. O primeiro foi a “Gestão da Informação de Projetos”, para apoiar a prestação de contas dos projetos de pesquisa com verba orçamentária e extraorçamentária. Nele, é possível verificar uma lista de pesquisas que estão em andamento ou já foram concluídas e informações básicas como valor gasto e tempo decorrido. “O próximo passo é fazer um vínculo com a Fapesp e o CNPq de modo que a gente consiga otimizar o tempo que o pesquisador leva para fazer prestação de contas”, ressaltou o professor Krieger, pró-reitor de Pesquisa.
O outro produto, chamado de “weR_USP”, visualiza as principais informações da Pró-Reitoria de Pesquisa. Com estas ferramenta, qualquer usuário poderá verificar a quantidade de pesquisas que já ocorreram em cada unidade, departamento e de cada professor da USP. O prof. Krieger também afirmou que “esses são elementos objetivos para que a Universidade possa começar a avaliar para onde ela quer ir”.
A estrutura da STI e planos futuros
Com cerca de 280 pessoas em sua estrutura, a STI está presente em todos os campi da USP por meio de seus Centros de Informática e é organizada em três pilares de atuação, sendo eles Conectividade, Internuvem e Sistemas. “Estas especialidades compõem a estrutura básica para que a TI da USP consiga ter mais facilidade para atender às atividades-fim da Universidade”, explica Ferreira. A STI também exerce uma ação de colaboração e padronização dos serviços de informática junto às unidades de ensino, pesquisa, cultura e extensão que atualmente contam cerca de 700 servidores de informática.
A Conectividade envolve toda a estrutura de telefonia e redes presentes na academia. Todo o sistema de conexão física e sem fio entre as unidades se dá por ela. A gestão da USPnet, por exemplo, é feita por essa área. A Internuvem é a interligação entre vários tipos de nuvens computacionais e fornece serviço de armazenamento e processamento para que a atividade-fim possa ser realizada com eficiência. “Hoje, os pesquisadores precisam de um processamento de alto desempenho e podem contar com o apoio oferecido pela Internuvem da USP”, destaca Ferreira.
Já a terceira frente, chamada de Sistemas, compreende todos os serviços de informatização dos processos acadêmicos e administrativos. Está dentro desse serviço todas as plataformas de software utilizadas por usuários da comunidade USP, como os Sistemas Marte, Júpiter e Mercúrio. Segundo Ferreira, o objetivo principal desse serviço é a sistematização da forma mais racional possível do dia a dia da atividade-fim.
A atual gestão da STI já possui projetos em desenvolvimento para os próximos anos. Na Conectividade, a superintendência está replicando os roteadores do campus Butantã, com o objetivo de aumentar sua resiliência; também há o plano de, com a Prefeitura do Campus e a Superintendência de Segurança, monitorar as atividades do campus por meio da instalação de câmeras.
Na Internuvem, já foi criada a Portaria 6663 para discutir e sistematizar os critérios de uso da Internuvem e recursos para processamento de alto desempenho. “O recurso computacional é finito e não gratuito, portanto precisamos criar uma forma do uso sustentável dos recursos computacionais”, explica Ferreira. Para Sistemas, além da consolidação dos produtos e o pré-lançamento de dois novos produtos: sistema para Gestão da Informação de Projetos (GiP) e o “weR_USP”, também há o projeto do Sistema Egressos, que tem como principal objetivo capturar informações e manter relações com os alunos, mesmo depois de formados. Segundo Ferreira, o sistema terá vínculo com redes sociais, como Linkedin e Facebook. “Esse software é alimentado inicialmente pela base corporativa da USP fomentando uma rede social específica para alunos e cursos afins. A partir de dados iniciais, como endereço, telefone e e-mail, o egresso entra nessa rede social de modo a alimentar novos dados e compartilhar seus dados com os demais colegas.” O projeto piloto começará este ano em seis unidades.