Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP aponta que ter companhia de amigos e vizinhos, principalmente na caminhada, pode servir como estímulo na hora de praticar exercícios físicos, pois isso torna a atividade menos estressante. Mas, mesmo com companhia, a falta de locais apropriados, ou a distância somada à precariedade dos locais existentes podem desestimular àqueles que se propõem a aderir aos exercícios físicos. Essa situação pode ser um agravante para as pessoas com Diabetes mellitus, que têm no exercício físico um aliado para a melhoria da qualidade de vida, com efeitos significativos para a saúde mental e o controle glicêmico.
Segundo a educadora física Paula Parisi Hodniki, autora do estudo, existem poucos locais adequados para a prática de atividade física e caminhada na cidade de Ribeirão Preto e, quando existem, estão em situação precária. Além disso, os entrevistados contam que o trânsito também dificulta a prática de caminhada ou o uso de bicicleta. “Não existem faixas para atravessar e os motoristas não deixam nem pedestres atravessarem. Durante a noite não temos segurança para caminhar, andar de bicicleta ou praticar esportes”, resume a educadora.
Por meio dos exercícios, diz Paula, são encontrados diversos benefícios para os portadores da doença, como melhora da função miocárdica, da capacidade funcional, hipotensão arterial, melhora na condição física, perda de peso, melhora na autoestima, disposição para atividades diárias e melhora da qualidade de vida. “Isso traz efeitos significativos para a saúde mental e o controle glicêmico”.
A pesquisadora alerta que a prática de atividade física é considerada uma forma de tratamento sem o uso de medicamentos e de baixo custo, além de melhorar a qualidade de vida do praticante. “Amigos e familiares são vistos como o apoio social, que dão força para o portador não desistir das atividades físicas”, completa.
Melhoria
De acordo com a pesquisadora, deixar de praticar atividade física pode trazer complicações para o portador de diabetes, além de ser um dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis. “A prática de atividades de forma regular é recomendada para a melhora das aptidões físicas relacionadas à saúde, para melhorar o condicionamento cardiorrespiratório e muscular, a saúde óssea e, também, para reduzir o risco de doenças não transmissíveis e depressão.”
O estudo foi feito com portadores de Diabetes mellitus tipo 2, e teve como objetivo analisar qual era a impressão que eles tinham do ambiente para prática de atividades físicas. A pesquisa destacou a influência que isso causa na vida deles, como, por exemplo, deixar de praticar exatamente pelas condições que o ambiente proporciona.
Para o estudo, Paula diz que cada pessoa foi orientada a considerar o ambiente físico e social próximo da sua residência e de seu bairro. Ela afirma que “o ambiente propício para pessoas com diabetes praticarem atividade física são aqueles considerados entre bons e regulares e próximos de sua residência, como praças, calçadas, parques, academia, clube, campo de futebol”.
A dissertação Percepção do ambiente para a prática de atividade física de lazer e caminhada como forma de deslocamento pelas pessoas com Diabetes mellitus tipo 2 foi defendida na EERP em agosto de 2015, com orientação da professora Carla Regina de Souza Teixeira.
Raquel Duarte, do Serviço de Comunicação da Prefeitura do Campus USP de Ribeirão Preto
Mais informações: (16) 99188-3581, email paulaph@hotmail.com, com Paula Parisi Hodniki